domingo, 29 de agosto de 2010

Filme Karate Kid (1984) - Sobre bullying, bullies e os "Cobra Kai"


Os membros do "Cobra Kai" assumem o arquétipo de bulies na primeira  parte da série de filmes norte-americana "Karate Kid" de 1984. São valentões, ricos, agressivos, determinados, prepotentes e de forma sistemática perseguem sua vítima com uma relação desprorpocional de forças. 


Foi lançada nos cinemas brasileiros a nova versão de Karate Kid (o filme original é de 1984) com o filho de Will Smith no papel principal. O filme reproduz muito pontos do original dirigido por John G. Avildsen e que popularizou a relação de amizade de Daniel Larusso ( Ralph Macchio) e o Sr. Miyagi (Pat Morita).

 
Não nos interessa neste pequeno comentário se o filme é bom ou ruim. Cada um tem seu gosto e deve tirar sua conclusão pessoal. Interessa-me comentar a questão dos garotos da turma "Cobra Kai" do filme de 1984 (na foto acima eles aplicam uma surra em Daniel Larusso, a vítima, durante uma festa da fantasia). Ele eram fortes, praticantes de esportes e ricos. Daniel era franzino, novato na escola (e na cidade) e pobre.


Poderíamos citar que (naquela história) Daniel era claramente vítima de bullying por parte dos garotos do "Cobra Kai".


Daniel foi "escolhido" para ser vítima das agressões porque uma ex-namorada, Ali (Elizabeth Shue), do líder do grupo havia simpatizado com ele. Não houve um motivo justo, mas apenas uma série de implicâncias contra Daniel. Os garotos do "Cobra Kai" tinham uma relação de superioridade em face da vítima e as agressões eram repetitivas.

O "Cobra Kai" no filme é um grupo com um esterótipo claro de "bulies". Note que, durante a primeira agressão contra a vítima na praia, havia um grupo maior de pessoas (testemunhas) que optaram por não interferir em favor da mesma.

O documentário abaixo com os bastidores do filme (em cinco partes) infelizmente está em inglês e não tem legendas. O diretor comenta como organizou os atores para que agissem como "valentões" na história do filme. Registro, ainda, que o ator (Martin Kove, de Rambo II) que interpretou o professor dos "Cobra Kai" se refere diretamente ao arquétipo de bullies para os membros daquele grupo no final dessa parte do documentário.

O grupo "Cobra Kai" é uma ficção cinematográfica, bizarra, por sinal. Mas o triste é saber que grupos violentos de jovens (quase gangues) assim existem perambulando pelas cidades de todos o mundo. Em certos casos só aprendem "a lição" com a ação dura da lei. 

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Projeto de monografia sobre bullying - Sorriso (MT)

Recebi um email de Carla Lagemann de Sorriso (MT). Carla informou que está desenvolvendo um projeto de pesquisa de graduação sobre o bullying. Tenho recebido outros emails narrando a mesma situação e isso demonstra que o bullying tem se tornado um assunto muito importante também nos cursos de graduação país afora. 

sábado, 21 de agosto de 2010

Promotor de Justiça Lélio Braga Calhau debate o bullying com um psicólogo e um jornalista - TV UNIVALE (05 blocos)

Debate sobre o bullying (assédio moral) na TV UNIVALE. Promotor de Justiça Lélio Braga Calhau (autor do livro Bullying: o que você precisa saber, 2ª edição, RJ, Impetus, 2010) , psicólogo Omar Ferreira, coordenador do curso de psicologia da UNIVALE e jornalista Dileymárcio de Carvalho (diretor da TV UNIVALE) discutem o bullying. 









sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Livro Bullying (1ª edição) está esgotado.

Prezados colegas professores, o livro Bullying (1ª edição) está esgotado. Estou trabalhando no desenvolvimento da segunda edição e ainda não tenho informações sobre quando estará disponível nas livrarias.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Plano de combate ao bullying escolar na rede pública municipal é apresentado em Governador Valadares (MG).
Rede de proteção é formada em Gov. Valadares (MG).
Promotor de justiça regional Gustavo Leite e Delegado de Polícia Marcos Alencar.

Secretária Municipal de Educação Samis e Promotor de Justiça Lélio Braga Calhau. 

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O fenômeno Bullying pode gerar malefícios irreparáveis e crimes diversos.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe) archimedes-marques@bol.com.br





Na trajetória da vida nos deparamos com situações inusitadas e surpreendentes. Em algumas delas podemos agir, interferir e até mesmo remediar algo de errado, porém noutras, apenas lamentar.

Dia desses, em visita a cidade de Salvador, fui ao Mercado Modelo e ali nas suas imediações um fato ocorrido me chamou atenção para o termo inglês conhecido por Bullying, cujos atos decorrentes são antigos, mas que no presente tempo com a propagação das ações inerentes trás imensa preocupação para os educadores, pais de alunos, autoridades diversas e para a sociedade em geral, vez que os seus resultados sempre se esbarram em situações criminosas ou deprimentes, por vezes com malefícios irreparáveis principalmente para as suas vítimas.

O fenômeno Bullying é usado no sentido de identificar ações provindas dos termos zoar, gozar, tiranizar, ameaçar, intimidar, isolar, ignorar, humilhar, perseguir, ofender, agredir, ferir, discriminar e apelidar pessoas com nomes maldosos, que na grande maioria das vezes tem origem nas escolas através dos jovens alunos que assim praticam tais maldades contra determinados colegas que possuem algum defeito físico, assim como, os relacionados à crença, raça, opção sexual ou aos que carregam algo fora do normal no seu jeito de ser.

De volta ao Mercado Modelo, chegava um ônibus de turismo quando diversos vendedores ambulantes assediavam os turistas para venderem os seus produtos, quando apareceu um velho mendigo, barbudo, cabeludo, maltrapilho, imundo, de pés descalços, tipo daqueles cidadãos que vivem ou sobrevivem à espera da morte na miséria absoluta, morando debaixo das marquises das lojas ou dos viadutos que o tempo e a vida lhes deram de presente e, ao se aproximar daquele grupo de pessoas, então um dos vendedores o enxotou em verdadeira humilhação:

- Sai prá lá GAMBÁ que você espanta qualquer um com o seu fedor de fossa insuportável!...

Vendo aquela cena deprimente e desumana me aproximei daquele mendigo que já saía sem reclamar com o “rabinho entre as pernas” para lhe dar um trocado qualquer e então, do seu jeito de caminhar, dos seus gestos com as mãos, de um sinal no rosto e de um tic nervoso a piscar a todo tempo um dos olhos quase já fechado pela amargura do seu viver, o reconheci...

De imediato naveguei pelo túnel do tempo de volta ao passado e aportei em uma Escola da rede pública ali próxima na própria cidade baixa da capital baiana, no início dos anos 70, onde estudei por quase dois anos antes de voltar para Aracaju e, lá encontrei o colega de classe apelidado de GAMBÁ, então perseguido implacavelmente, ofendido na sua cidadania, discriminado pelo seu jeito de ser e humilhado incondicionalmente pela grande maioria dos seus jovens colegas, meninos e meninas com idades aproximadas de 13 e 14 anos.

Aquele jovem que talvez não gostasse de tomar banho ou que talvez não tivesse oportunidade freqüente para tanto, pelo fato de possivelmente morar em alguma invasão desprovida de saneamento básico e, que sempre chegava suado e cheirando mal em sala de aula, talvez pelo provável fato de também não possuir produtos higiênicos na sua casa, logo ganhou de algum colega gaiato o apelido de gambá que nele grudou qual uma sanguessuga a sugar a sua dignidade e, então passou a ser menosprezado e ofendido por quase todos da classe e até das salas circunvizinhas. Por onde passava os alunos tapavam o nariz e na sala de aula sentava na última carteira, isolado de todos. De tanto humilhado e discriminado que era ninguém dele se aproximava, principalmente por receio de também ser hostilizado.

Senti uma fisgada no peito ao me ver também culpado pelo que se transformou o jovem colega conhecido por gambá. Confesso ter sido cúmplice por omissão, não por ação, pois eu também era uma vítima das ações nefastas advindas do Bullying, por ser um menino tímido ao extremo ao ponto de todos os dias entrar calado e sair mudo em sala de aula, então isolado pelos colegas da classe que preferiam lidar com os mais falantes e extrovertidos.

Como vítima parceira de tais ações depreciativas, o certo era eu ter me juntado ao colega gambá, mas não o fiz por covardia, por medo, por receio de ser mais rechaçado ainda pelos demais estudantes e assim sofremos individualmente em proporções diferentes a dor do isolamento e da humilhação naquele interminável ano de 1972. No ano seguinte gambá, após ter sido reprovado com as menores notas da classe em todas as matérias possíveis não mais retornou ao Colégio, enquanto que, para minha alegria logo retornei para o meu querido Estado de Sergipe para crescer e esquecer aquele deprimente, humilhante e sufocante tempo.

Essa triste lição de vida me mostrou o quanto as chamadas inocentes brincadeiras de criança podem ser maléficas para tantos outros, se é que essas ações escolares agora conhecidas por Bullying podem ser consideradas inocentes, vez que para muitos estudiosos no assunto, tais ofensores sofrem de distúrbios psíquico que precisam de tratamento sob pena de explosões mais desastrosas ainda, como de fato vem ocorrendo em muitos lugares.

A agressividade e a violência advindas do fenômeno Bullying assumem além de tudo, o caráter etiológico do violar, não só referente às normas de conduta, a moral e a disciplina, mas principalmente viola os direitos do cidadão relacionados a sua integridade física e psíquica, a sua liberdade de opinião ou sua escolha de vida, a sua liberdade de expressão e até de locomoção, enfim, fere de morte o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana em sociedade.

A psiquiatria e a psicologia mostram que além do sofrimento dos jovens vítimas do fenômeno Bullying, muitos adultos ainda experimentam aflições intensas advindas de uma vida estudantil traumática.

Nos últimos anos a população mundial freqüentemente assiste atônita as diversas situações estarrecedoras quase sempre nascidas e advindas do fenômeno Bullying, com agressões físicas e assassinatos por parte de alunos contra os seus próprios colegas, contra professores, guerras de gangues, de torcidas organizadas, de tráfico de drogas com participação de jovens estudantes até mesmo dentro das próprias instalações escolares.

As diversas Escolas espalhadas pelo país, destarte para as situadas nos ambientes periféricos das grandes cidades se tornaram espaço de intolerância, competições absurdas e conflitos de todos os tipos possíveis, em especial para os problemas relacionados às drogas, assim como, para os pertinentes à liberdade sexual, ou seja, para as meninas que não aderem a esse tipo de pratica livre, passando então as mesmas a sofrer diversos tipos de perseguições, em verdadeiras inversões de valores por conta das ações absurdas do fenômeno Bullying.

Ética, solidariedade e humanismo são realmente palavras desconhecidas e perdidas em muitas comunidades de jovens estudantes que as substituem pelo desrespeito e pela afronta ao direito individual do seu colega que pretende prosperar e vencer na vida honestamente, pelo seu próprio esforço e valor.

É preciso dar um basta nestes tipos perniciosos de vandalismo e delitos juvenis. O jovem necessita acima de tudo de limites. Precisa entender os seus direitos e os seus deveres e até onde eles chegam. Precisa de disciplina e autoridade. Precisa entender que todos são cidadãos em igualdade de condições. Entretanto, para que consigamos chegar a tal geração de jovens politizada, só com uma boa educação familiar e escolar é possível alcançar tal objetivo.

Assim, não há como deixar de concluir que estamos diante de um sério problema relacionado às áreas educacional, social, da psiquiatria e de segurança pública, com real tendência para sua resolução na educação preventiva, curativa psiquiatra ou psicológica, por isso, necessário se faz, da consciência absoluta do Ministério da Educação com a elaboração de verdadeiro e efetivo Programa de combate a este grande malefício conhecido por Bullying, tomando por gerentes os bons educadores, estudiosos e pesquisadores no assunto que em alguns Estados brasileiros já se fazem presentes nas suas respectivas secretarias de educação, mas que necessitam, sem sombras de dúvidas, de melhores investimentos financeiros para as suas conseqüentes vitórias que por certo serão galgadas no trabalho junto aos pais de alunos, professores e dos próprios estudantes autores e vitimas do fenômeno.

Além dessa medida, necessário se faz uma batalha mais ampla dentro do Legislativo, até com uma reforma no próprio Estatuto de Criança e do Adolescente com reais modificações e acrescentando-se a esta Lei bons artigos inerentes ao tema para possibilitar ao Estado Nação um melhor campo de atuação, pois é desejo de todos nós vermos os nossos jovens estudantes crescendo e somando-se a construção coletiva e permanente para o pleno exercício da cidadania.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Palestra bullying escolar para a Polícia Militar de Minas Gerais - Governador Valadares (MG), 03.08.10.


A palestra foi ministrada para cerca de 20 policiais que atuam junto às escolas da cidade de Governador Valadares (MG) em um programa de formação da Polícia Militar de Minas Gerais.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Trabalhando limites com pais - Sugestão de dinâmicas de grupo - Lidia Weber.

Alguns internautas têm me pedido sugestões sobre como trabalhar ações com pais em dinâmicas de grupos.

Bem, uma sugestão que acho bem interessante é o modelo desenvolvido pela autora Lidia Weber e que está muito bem explicado no livro "Eduque com Carinho - para pais e filhos, Juruá, 2007".

É um livro bem interessante para se trabalhar com os pais e discutir a questões dos limites em alguns encontros. Não é um livro que trata do bullying, mas sua aplicação junto aos pais é de grande utilidade.