Combater a violência no ambiente escolar tem sido um grande desafio para os gestores e os profissionais da educação de todo o país. De acordo com a pesquisadora Cleodenice Fante, estima-se que 45% dos estudantes brasileiros estejam envolvidos na prática de bullying.
O termo inglês se refere às intimidações, às humilhações, à violência física e psicológica que são praticadas de forma intencional e repetitiva entre alunos. Cada vez mais freqüentes no ambiente escolar, o fenômeno bullying tem se tornado uma das principais causas do mau rendimento de alunos e do abandono escolar.
Por conta disso, a Promotoria da Infância e Juventude de João Pessoa lançou, nesta quinta-feira (5), a campanha “Bullying não é brincadeira”.
Cleodenice falou, durante a palestra “Bullying e cyberbullying: como lidar com tais comportamentos?”, sobre as alternativas e as ferramentas que podem ajudar os professores a trabalhar essa temática em sala de aula. A especialista também destacou o papel do Ministério Público, do Conselho Tutelar e dos profissionais da Saúde no enfrentamento do problema.
A palestra foi ministrada nesta quinta-feira (5) durante o seminário “Crianças e Adolescentes e o direito humanos à educação: paradigmas e desafios”, promovido pelo Ministério Público da Paraíba, através da Promotoria da Infância e Juventude da Capital.
Segundo a especialista, é preciso fazer com que professores, pais e alunos conheçam e compreendam o fenômeno bullying e saibam diferenciar esse tipo de violência de brincadeiras próprias de cada idade. “O bullying é tão antigo quanto a própria escola e vem crescendo no mundo todo.
Nos Estados Unidos, 170 mil crianças não comparecem às aulas diariamente por medo do bullying. No Brasil, infelizmente, não temos esse conhecimento porque não há pesquisas em âmbito nacional. Por isso, é importante que os professores saibam como quantificar e, principalmente, como identificar prematuramente os alunos envolvidos, diminuindo os riscos”, defendeu.
A especialista destacou que vários indícios podem fazer com que educadores e familiares percebam se as crianças e adolescentes estão sendo vítimas de bullying. “As vítimas sofrem as consequências mais graves e por isso nossa preocupação está centrada nelas. Quando um aluno reluta em ir à escola, falta com freqüência às aulas, apresenta sintomas psicossomáticos – como febre, diarréia e dor de cabeça – no momento em que tem que ir à escola, tem queda no seu rendimento escolar e dificuldade de se comunicar e se relacionar, ele apresenta sinais de que é vítima de bullying”, disse.
“Bullying não é brincadeira”
Depois de ministrarem uma palestra sobre as leis municipal e estadual que obrigam as escolas públicas e privadas a instituírem programas de combate ao bullying (iniciativas pioneiras do Legislativo Paraibano), os Promotores da Infância e Juventude Soraya Escorel e Alley Escorel apresentaram aos participantes do seminário um vídeo e fizeram o lançamento da campanha “Bullying não é brincadeira”.
O trabalho de sensibilização sobre o fenômeno bullying vem sendo realizado há mais de um ano pela Promotoria da Infância e Juventude da Capital.
Em 2008, os promotores organizaram um seminário para discutir o assunto e, a partir de abril deste ano, passaram a conversar com secretários de educação e com proprietários de escolas particulares para divulgar as leis antibullying e firmar um termo de ajustamento de conduta. O objetivo é estipular prazos para que todas as escolas passem a cumprir o que determina a lei antibullying. “A maioria dos profissionais não sabe o que é bullying e, por isso, não sabe como prevenir o problema. Através do diálogo com os secretários e proprietários de escolas, vamos estabelecer prazos para que a lei seja cumprida”, destacou Soraya Escorel. Fonte: MP-PB.
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